Correia Pinto vive um momento decisivo na saúde pública municipal. O Hospital Municipal Faustino Riscarolli, com problemas estruturais desde 2017 e agravados por um desmoronamento, enfrenta a escolha entre a construção de um novo hospital ou a implantação de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) tipo 1.
Apesar das condições, o hospital segue ativo, sem dívidas, e é referência regional. Atende em média mais de 100 pessoas por dia, realiza três mil consultas mensais e registra quase 100 internações por mês. Com 14 leitos em funcionamento e projeto de ampliação, a unidade recebe pacientes transferidos da UPA de Lages, que não dispõe de leitos suficientes.
A Prefeitura estima que um hospital de médio porte custaria cerca de R$ 12 milhões, enquanto uma UPA tipo 1 exigiria R$ 8 milhões. A manutenção mensal de ambos ficaria entre R$ 550 mil e R$ 600 mil. A principal diferença: a UPA não possui leitos de retaguarda nem internações, limitando o acesso a recursos federais e reduzindo a capacidade de atendimento.
Para a ex-vereadora e diretora do hospital, Andrea Meis, a perda seria significativa. “Quem perde são os munícipes, já que uma UPA não contempla internações de pequenas e médias complexidades que hoje podem ser tratadas no hospital”, afirmou.
A vereadora e líder do governo municipal, Nilmara Endres, defende manter o formato hospitalar: “Precisamos construir uma nova estrutura em local seguro, mas mantendo o hospital que atende toda a região. Não podemos perder o que já temos.”
A Prefeitura informou que busca apoio estadual e federal, mas até agora não há recursos disponíveis. Correia Pinto tem assegurados R$ 14 milhões para a saúde, mas apenas R$ 8 milhões estão liberados para obras hospitalares — insuficiente frente aos R$ 12 milhões estimados para a construção.