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Dirigentes de casas asilares se reúnem com prefeito para discutir quadro financeiro das instituições

“Enquanto gestor público compreendo perfeitamente os problemas financeiros enfrentados pelas casas asilares. Mas as prefeituras também estão encarando sérias divergências entre o que se gera de tributos e o que se gasta para manter equipe motivada e serviços em andamento. E é assim, com diálogo, que se encontram saídas paliativas e, se for o caso, permanentes para bem atender a população de todas as faixas etárias de Lages”, Antonio Ceron

A sensibilidade financeira que ainda toma conta dos segmentos público, privado e até sociais sem fins lucrativos, tem obrigado empresários, gestores e voluntários a fazer malabarismos para honrar com os compromissos junto a fornecedores de produtos, prestadores de serviços e aos próprios funcionários. Ou seja, o gosto amargo de apertar o cinto dos desembolsos é constante, e há discrepância na conta entre receita e gastos. Em Lages, este é assunto recorrente em reuniões das quais participa o prefeito Antonio Ceron, já que a máquina da administração pública depende, em sua totalidade, da arrecadação de impostos, gerada e impulsionada pela indústria, comércio e serviços, esta por sua vez estimulada pelo consumo. Na tarde desta terça-feira (21 de agosto), o prefeito recebeu em seu gabinete lideranças das três casas asilares de Lages – Asilo Vicentino (bairro Brusque), Lar Menino Deus/Bem Viver (Petrópolis) e Sociedade de Assistência Social, Educacional e de Apoio aos Desamparados de Lages (Saseadla)/Lar dos Idosos (Promorar), recepcionados também pelo secretário da Administração e Fazenda, Antonio Cesar Arruda.

Na pauta do encontro, as dificuldades financeiras em manter folha de pagamento em dia e os serviços essenciais aos idosos sem prejuízos a sua qualidade de vida. Em 1º de janeiro de 2017 a atual administração pôs em prática o vigor da Lei nº: 13.019/2014, que estabelece o Marco Regulatório da sociedade civil. De acordo com a referida Lei, a transferência de recursos públicos deve ser realizada com a finalidade de interesse público, mediante a execução das atividades ou de projetos previamente estabelecidos em planos de trabalho inseridos em termos de colaboração, ou em termo de fomento, os quais devem ser precedidos de chamamento público.

Desta forma, com o Marco Regulatório, um novo Termo de Colaboração foi firmado com os asilos, obedecendo-se às regras criteriosamente, e se estabeleceu o valor per capita de R$ 146,50 mensalmente, sendo que a totalidade varia conforme o número de idosos em cada uma das três entidades. No Asilo Vicentino, cujo presidente é George De Bona, estão 81 idosos, atendidos por 33 funcionários. No Menino Deus estão 53 idosos, com 21 colaboradores diretos mais nove indiretos contratados. Neste, a presidência está com Juares Paulino. Já no Saseadla são amparados 32 idosos, assistidos por 22 funcionários. O diretor executivo é Daniel Rengel. Com atenção à terceira idade, em cada um destes espaços estão homens e mulheres com idade a partir dos 60 anos até superior aos 100. “Enquanto gestor público compreendo perfeitamente os problemas financeiros enfrentados pelas casas asilares. Mas as prefeituras também estão encarando sérias divergências entre o que se gera de tributos e o que se gasta para manter equipe motivada e serviços em andamento. E é assim, com diálogo, que se encontram saídas paliativas e, se for o caso, permanentes para bem atender a população de todas as faixas etárias de Lages”, pontua Ceron.

Serviços e amor a 166 vovôs e vovós

Nos asilos os idosos recebem suporte completo para garantir a normalidade nas atividades de rotina, saúde satisfatória em boas condições de zelo, bem estar e lazer com dignidade aos seus direitos, assegurados por lei (Estatuto do Idoso). A maior parte do tempo dos idosos é voltada à recreação, à sociabilidade e a assistir à programação da televisão, além de bailinhos e visitas de crianças que adoram dividir momentos de carinho e de demonstração de afeto aos vovôs e vovós.

As receitas provenientes do convênio com o Município, da aposentadoria dos idosos (70% do total destinados às despesas e 30% ficam na conta bancária para eventualidades, como compra de medicamentos), da realização de eventos, como bingos e festas, vendas de churrascos, e doações voluntárias, são aplicadas em alimentação, custeio das remunerações da equipe multidisciplinar formada por médico (consultas duas vezes por semana), enfermeiro, fisioterapeuta, psicóloga (duas vezes por semana), nutricionista, educador físico e cuidadores.

No caso do Asilo Lar Menino Deus são R$ 8.125 mensais repassados pelo Município, multiplicados por oito parcelas, alcançando R$ 65 mil, um fôlego expressivo nos cofres da instituição na promoção social destes cidadãos que aprendem noções de autocuidado diariamente e estão protegidos da vulnerabilidade e do abandono. Os gastos de um idoso permeiam mensalmente entre R$ 1.600 e R$ 1.800. A cada mês, as casas asilares se deparam com uma despesa de R$ 58 a R$ 65 mil. “Os nossos custos subiram e as receitas desceram”, queixa-se Rengel, diretor do Saseadla, fundada há 24 anos pelo pastor evangélico Adayr Mendes.

A tradicional Festa do Asilo Vicentino, principal providência para angariar recursos, será realizada este ano no dia 30 de setembro. Em 2017 o evento resultou em um superávit de R$ 100 mil. O Vicentino é uma entidade com mais de 100 anos de fundação.

Fotos: Greik Pacheco  

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