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Violência em Lages: Deputado propõe tolerância zero para moradores de rua

Nos últimos dez dias, uma série de ataques deixou os moradores de Lages apreensivos. Três incidentes envolvendo pessoas em situação de rua abalaram a tranquilidade da população. O primeiro ocorreu contra um profissional da beleza próximo ao chafariz do Calçadão. O segundo alvo foi um idoso de 85 anos, vítima de violência na praça do terminal urbano. O último incidente ocorreu no estacionamento de um supermercado, quando uma mulher, segurando uma criança no colo, foi agredida por se recusar a dar esmola.

“Uma covardia o que aconteceu aqui na cidade. Três pessoas de bem, uma delas um senhor idoso que foi parar no hospital. Esses bandidos de rua usam a bondade alheia para cometer crimes”, classificou o deputado Lucas Neves (Podemos).

A escalada da violência tem levado a uma crescente preocupação com a situação dos moradores de rua usuários de drogas em Santa Catarina, provocando debates sobre medidas como a internação involuntária. O parlamentar tem defendido na Assembleia Legislativa essa medida como uma alternativa viável para lidar com esse problema.

“Precisamos separar o joio do trigo. No meio das pessoas em situação de rua, há muitos marginais. Precisamos fazer um pente fino, prender quem está em dívida com a lei, dar oportunidade para quem deseja recuperar sua dignidade e tratar o dependente químico, seja de forma voluntária ou involuntária. Não basta assistencialismo; temos que capacitar e recuperar o morador de rua”, destaca.

Como presidente da Comissão Antidrogas, Lucas Neves aprovou a realização de uma audiência pública para discutir a internação compulsória de dependentes químicos em situação de rua. As datas e os locais serão definidos posteriormente na Alesc. Também tramita no legislativo estadual um Projeto de Lei que trata de internação involuntária, voluntária e compulsória. O deputado Lucas foi o relator do projeto na Comissão de Finanças há duas semanas e conseguiu aprová-lo, faltando apenas mais uma comissão antes da proposta ir a plenário.

“É obrigação progredir no debate dessa questão, buscar soluções a curto, médio e longo prazo. O que não dá mais é para conviver com essa insegurança nas cidades do estado”, finalizou o representante serrano.

Segundo um relatório do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), em Santa Catarina, há pelo menos um sem-teto para cada mil habitantes, totalizando 9.065 pessoas nessas condições. Esses dados evidenciam que o número de moradores de rua é maior do que a população de 155 municípios do estado.

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