Notícia no Ato

Especialistas da Assistência Social são instruídos especificamente no acolhimento de pessoas fragilizadas em relação a própria vida

Todos engajados para devolver a felicidade às pessoas vitimizadas por este problema do mundo de hoje

Antes de julgar a atitude alheia é essencial sentir afinidade pelo próximo e conhecer a fundo as causas dos problemas que afetam um ser humano física e emocionalmente, deixando o infeliz, insatisfeito e frustrado, longe dos seus sonhos. A correria do dia a dia pode fazer com que a sensibilidade enfraqueça, porém, o apoio deve ser rebuscado por qualquer pessoa. A prefeitura de Lages, preocupada com o quadro atual de vulnerabilidade e fragilidade de crianças e adolescentes em relação a própria existência, planejou uma capacitação para psicólogos, assistentes sociais, orientadores sociais e facilitadores de oficina da Secretaria da Assistência Social atuantes nos equipamentos de Básica, Média e Alta Complexidade, englobando em torno de 70 servidores dos oito Centros de Referência de Assistência Social (Cras’s), três Centros de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e três unidades dos abrigos municipais. As palestras, na tarde desta quinta-feira (9 de maio), na Incubadora MidiLages, abordaram o tema suicídio e os problemas de saúde mental, formas de encaminhamento e notificação dos casos de ideia de suicídio, suicídio e verbalização do desejo, e fazem parte do Núcleo de Educação Permanente da Assistência Social.

As explanações foram ministradas pela gerente da Saúde Mental, da Secretaria da Saúde, Janaína Ferreira, e pela coordenadora do Cras I do bairro Popular, Susane Koche. A psicóloga na Secretaria da Assistência Social e Habitação, Aline Bernardi, também está envolvida no evento.O vice-prefeito, Juliano Polese, enfatiza que, “o intuito consiste em melhorar as condições de trabalho e, consequentemente, eliminar as estatísticas negativas em desfavor da vida. Na Educação já foi feito este trabalho de sensibilização. Estes aperfeiçoamentos proporcionam maior entendimento e a troca de experiência a serviço do cidadão. Temos de nos colocar no lugar destas famílias e tentar ser o elo de resolutividade.”O secretário da Assistência Social, Samuel Ramos, recebeu os trabalhadores. “O tema nos coloca em alerta por conta do alto contingente. A proposta é sanar e prevenir a curto, médio e longo prazo. Com amor e afeto ao próximo podemos fazer mais e melhor. Quando cuidamos de alguém estamos cuidando do bem maior de uma família e faremos o possível para coibir tragédias dentro de um lar e evitar que uma vida que pode ser linda lá na frente seja abreviada de forma tão triste”, pontua Samuel.Multifatores são elencados como influenciadores desta fatalidade ou da sua tentativa, entre os quais sociais, biológicos e genéticos. “O trabalho em rede é indispensável, pois devemos acessar o paciente e auxiliar as suas famílias, pois em alguns momentos está perdida sem saber o que fazer e infelizmente às vezes ainda se tem aquela ideia que a depressão está atrelada a pessoas que estão tentando ser manipuladoras e querem chamar a atenção dos demais. Sabemos que isto não verdade, devemos dar a correta atenção e os cuidados”, pontua a gerente da Saúde Mental, da Secretaria da Saúde, Janaína Ferreira. Ao final do evento foi realizada uma dinâmica e os profissionais puderam responder a um questionário enfatizando a opinião sobre informações de subsídio aos próximos.

Números tristes que devem serem revertidos

Conforme os dados do Caps-i, nas divisões das situações de risco, inseridas para tratamento neste serviço, 60% os pacientes apresentaram automutilação com tentativa de suicídio; 19% tentativa de suicídio, 15% automutilação, e 6% ideia (ideação). A maioria dos pacientes é do sexo feminino e representa 71%. O perfil das 152 crianças e adolescentes em tratamento sublinha informações de março deste ano.Por se tratar de um pleito que a princípio pode assustar o profissional que se depara, a qualificação busca sensibilizar estes trabalhadores a respeito da acolhida, escuta qualificada e formas de encaminhamento para tratamento.A Secretaria da Saúde levantou uma demanda do aumento de casos de ideias e tentativas de suicídio, suicídio e automutilação em adolescentes em Lages na faixa entre 14 e 17 anos. Infelizmente há ocorrência com criança de oito anos. O Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil (Caps-i), da Saúde, atende todo o município de Lages e foi percebido o crescente índice de casos deste tipo. Deste modo, são realizadas ações de forma articuladas e integradas entre as secretarias da Saúde, Assistência Social e Habitação e Educação, pois são pastas que envolvem o contexto da realidade de crianças e adolescentes, como Cras, escola e Unidade Básica de Saúde (UBSs), com o encaminhamento adequado à situação com resultado visível.

Dentro do Caps-i, até 2017, os líderes de atendimentos eram usuários de substâncias químicas (bebida alcoólica e entorpecentes). A partir do final de 2018 para cá esta demanda aumentou expressivamente e 60% dos casos atendidos pelo Caps-i estão relacionados à intenção suicida e automutilação.

Texto: Daniele Mendes de Melo/Fotos: Toninho Vieira

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