A dor de uma família dilacerada pela violência atravessa o oceano. O corpo da catarinense Jéssica Stapazzollo Custódio, de 33 anos, brutalmente assassinada a facadas pelo ex-marido na Itália, deve chegar ao Brasil no próximo sábado, dia 22, para a cerimônia de despedida. O velório e o sepultamento ocorrerão em Içara, no Sul de Santa Catarina, na capela mortuária do cemitério do bairro Esplanada, com data e horário ainda a serem definidos pela família.
Jéssica foi vítima de um crime bárbaro na casa onde morava, em Castelnuovo del Garda, no norte da Itália. De acordo com as autoridades italianas, ela recebeu ao menos 27 facadas, em um ataque violento que teria ocorrido entre a noite de 26 de outubro e a manhã do dia 27. O corpo só foi encontrado cerca de 24 horas depois, ampliando ainda mais o cenário de horror e sofrimento.
O autor do feminicídio, Douglas Reis Pedroso, ex-marido da vítima, confessou o crime e está preso. Mesmo sob medidas protetivas e utilizando tornozeleira eletrônica, o dispositivo não foi localizado com ele após o assassinato, conforme noticiou o portal italiano Corriere Del Veneto. O caso levanta questionamentos sobre a eficácia das medidas de proteção diante de situações de violência extrema.
Natural de Içara e com cidadania italiana, Jéssica vivia na Europa com seus dois filhos, um menino e uma menina. Segundo a imprensa local, ela já era vítima de abusos e violência doméstica recorrentes, em uma realidade marcada pelo medo e pela constante ameaça.
A notícia abalou profundamente a família, que mora a cerca de 15 quilômetros da residência onde Jéssica vivia. Informados do crime na madrugada de 28 de outubro, os familiares enfrentaram momentos de choque e desespero. A mãe da vítima, ao receber a confirmação da morte da filha, passou mal e precisou ser hospitalizada.
O retorno do corpo ao Brasil marca não apenas a despedida de uma jovem mãe, mas também um grito silencioso contra o feminicídio, que continua ceifando vidas e destruindo famílias.
Com informações do @oestemais