Notícia no Ato

SINTE lamenta tom de ameaça contra professores de SC por parte do Estado

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte) rebateu o pronunciamento do governador Jorginho Mello (PL) sobre a greve dos professores, que iniciou na última terça-feira, dia 23. Em vídeo publicado nas redes sociais, os líderes da paralisação do magistério afirmaram que o Chefe do Executivo estadual faltou com a verdade e trouxeram contrapontos da fala de Mello. 

Segundo o coordenador do Sinte, Evandro Accadrolli, o governador trouxe desinformação à sociedade. “Ao invés de apresentar uma proposta tão esperada pelo magistério catarinense, o governador veio com tons de ameaça e desinformação para a sociedade catarinense”, afirmou. 

O responsável pelo jurídico do Sinte, José Sérgio da Silva Cristóvam, afirmou que a greve é um direito constitucional. “É importante afirmarmos que o tom de ameaça usado não tem fundamento. A greve é um direito constitucional assegurado a todos os trabalhadores. É importante também ressaltar que em todas as greves do magistério, historicamente, sempre houve reposição dos dias paralisados e nunca houve confirmação dos cortes de salário dos servidores. Alertamos, inclusive, que é crime de responsabilidade contrapor e atentar contra probidade na gestão pública de forma que não há nenhuma previsão, nem legal, nem constitucional, de contratação de trabalhadores temporários para substituição de trabalhadores em paralisação por movimento grevista que não foi nem declarado ilegítimo, e nem declarado ilegal em qualquer instância judicial”, adiantou. 

Accadrolli garantiu que o governador trouxe em seu discurso promessas já conhecidas do magistério catarinense. “Você que é da categoria percebeu que o governador requentou as promessas do ano passado, que é de 10 mil [vagas], de maior concursos da história. Também falou que vai implementar hora atividade, mas também não diz quando e como vai fazer”, observou. 

O economista do Sinte, Mauricio Mulinari, garantiu que o magistério catarinense não tem o melhor salário do país como Jorginho Mello afirmou. “O governador desinforma quando diz que Santa Catarina tem o melhor salário do magistério do Sul do Brasil. O salário de entrada hoje de um professor com licenciatura em Santa Catarina é de R$ 5 mil, enquanto no Rio Grande do Sul esse salário é de R$ 5.567 e no Paraná, o salário é de R$ 5.646. Em Santa Catarina, um professor em início de carreira e em final de carreira com licenciatura recebe exatamente o mesmo valor. Reafirmamos que Santa Catarina hoje tem a pior carreira do Brasil”, frisou.  

Mello ressaltou que o Estado já aumentou mais de 100% o vale-alimentação. “Revisamos o desconto de 14% criado pelo governo anterior, aumentando, portanto, o valor que os aposentados recebem. Até o final de junho, vamos realizar o maior concurso da história de Santa Catarina, contratando 10 mil novos profissionais para trabalhar na educação. Também vamos viabilizar que todos os professores tenham um horário remunerado fora da sala de aula para planejar conteúdos e provas”, ressaltou. 

O economista do Sinte rebateu dizendo que o governo aumentou de R$ 12 para R$ 18, o vale-alimentação. “Foi dito que o valor de alimentação do magistério teve um reajuste de 100%, o que não condiz com a verdade, já que o valor de alimentação era de R$ 12 no ano passado e passou para R$ 18 neste ano, ou seja, um reajuste de 50% e, não, de 100%. O governador expôs que o custo da proposta que o Sinte apresenta de descompactação da tabela salarial é de R$ 4,6 bilhões, esse número é totalmente superestimado, há um total de R$ 3,5 bilhões para serem aplicados no serviço público catarinense”, comentou. 

Novo ato 

O coordenador do Sinte afirmou que nesta terça-feira, dia 30, um novo ato será realizado em Florianópolis. “A categoria merece essa valorização e valorização se faz com propostas concretas. Precisamos intensificar a nossa mobilização e convidar nossos colegas e na solidariedade construir uma das maiores greves da história de Santa Catarina, mas, ao mesmo tempo, queremos que o governador gaste sua energia buscando uma alternativa de valorizar os trabalhadores em Santa Catarina”, reiterou. “No dia 30 será a resposta que o governo precisa, todos em Florianópolis e vamos fortalecer o nosso movimento”, finalizou.

Nota completa do Sinte: 

Na noite deste domingo (28), o Governador Jorginho Mello veio a público e falou com a categoria, diretamente, pela primeira vez desde o início da greve.

Estamos tentando negociar há mais de um ano e lamentamos a escolha do governo em não apresentar nenhuma proposta, além de usar o momento para desinformar a sociedade.

Os trabalhadores e trabalhadoras da educação não merecem o tom de ameaça.

Não é uma briga entre sindicato e governo do estado, são pais e mães de família que precisam ser valorizados.

Dia 30 de abril, vamos realizar um ato HISTÓRICO em Florianópolis. Mobilizem seus colegas, paralisem as atividades e venham lutar pelo magistério catarinense.

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