Notícia no Ato

Homem é acusado de matar duas mulheres em Bom Jardim da Serra em um intervalo de 30 dias

Ele foi denunciado pelo Ministério Público por dois feminicídios em processos distintos. As investigações realizadas até aqui conectam os casos, indicando que o acusado teria assassinado a ex-companheira, entre outras motivações, para que ela não contasse às autoridades o que sabia sobre a morte de uma jovem de 20 anos, que permaneceu desaparecida de agosto a janeiro.

Dois assassinatos ocorridos no ano passado abalaram Bom Jardim da Serra, município de quatro mil habitantes conhecido pelas baixas temperaturas e pelas paisagens exuberantes. Em agosto, a jovem Julia, de 20 anos, foi estuprada e morta em uma estrada vicinal. No mês seguinte, Maria, de 33 anos, foi assassinada na frente dos filhos. Os dois crimes têm algo em comum: eles são atribuídos à mesma pessoa. 

O réu, de 39 anos, está preso preventivamente no Presídio Masculino de Lages e já foi denunciado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) em dois processos penais distintos. O objetivo da 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de São Joaquim é que ele vá ao Tribunal do Júri duas vezes. 

“Todas as evidências responsabilizam o mesmo homem pelos dois crimes e estamos trabalhando para que ele seja julgado pela sociedade e receba penas altíssimas, proporcionais à gravidade extrema dos atos que cometeu”, diz a Promotora de Justiça Stephani Gaeta Sanches. 

Crimes estariam conectadosAs investigações realizadas pelos órgãos de inteligência até aqui conectam os dois homicídios, apontando que, em 18 de setembro, o suspeito teria asfixiado e esfaqueado a ex-companheira Maria na frente dos dois filhos, e uma das motivações do crime seria impedi-la de contar às autoridades o que sabia sobre a morte de Júlia.  

Ele se apresentou à Polícia como culpado pela morte de Maria e, posteriormente, foi denunciado pelo MPSC por homicídio com três qualificadoras (feminicídio, asfixia e emprego de recurso que dificultou a defesa). 

Na época, Júlia estava desaparecida e não havia nenhuma associação entre os dois casos. Seu corpo só foi encontrado em janeiro, nas margens de um curso d’água na localidade de Rabungo. As evidências acabaram apontando para o mesmo suspeito e, nesta semana, ele foi denunciado por mais esse crime.   

Segundo a denúncia, em 19 de agosto, ele teria estrangulado e estuprado a jovem, descartado o corpo e destruído seu celular e suas roupas para eliminar provas. Nesse processo, o réu é acusado homicídio qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e estupro contra vulnerável – pelo fato de a vítima estar inconsciente devido ao estrangulamento. As qualificadoras imputadas são o feminicídio, a asfixia, o emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima e a motivação ligada a ocultação de outro crime (o estupro cometido anteriormente). 

“Esse homem assinou a própria sentença ao cometer esses crimes, matando duas mulheres inocentes de forma covarde, e caberá à Justiça e à sociedade confirmar a condenação”, conclui a Promotora de Justiça. 

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social – Correspondente Regional em Lages

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