Lages/SC – Na manhã desta quarta-feira, 14/04/2021, a Polícia Federal deflagrou a Operação Ponta Solta, que apura a introdução ilícita no país e a comercialização de cabos de fibra ótica procedentes do Paraguai.
Por meio da delegacia virtual da Polícia Civil de Santa Catarina, um cidadão apresentou denúncia anônima relatando o crime de descaminho e revenda ilegal de fibra ótica, que seria praticado por um funcionário público, tendo a denúncia, em razão da atribuição investigativa, sido reencaminhada para a Polícia Federal, onde foi instaurado o devido inquérito policial para apuração dos fatos.
A investigação, realizada em conjunto com a Receita Federal, reuniu fortes indícios no sentido da procedência da denúncia.
Restou identificado que, num período de 3 anos, o principal investigado recebeu em suas contas quase R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais) por meio de cheques de terceiros, fato aparentemente incompatível com a sua renda mensal como servidor público, declarada como sendo de R$ 1.600,00.
Apurou-se, ainda, que a maior parte desses valores foram pagos por pessoas e empresas do ramo de fornecimento de internet banda larga por meio de fibra ótica, localizadas em diversas cidades do Estado de Santa Catarina.
Após representação da PF, a Justiça Federal expediu dois mandados de busca e apreensão em face dos principais investigados, os quais foram cumpridos em endereços localizados em Otacílio Costa e Lages/SC.
Os suspeitos, que já possuem antecedentes criminais, inclusive por contrabando e descaminho, responderão pelos crimes de descaminho e lavagem de dinheiro, cujas penas previstas somadas vão de 4 a 14 anos de prisão.
Na próxima fase, após a análise das provas colhidas nesta data, os supostos compradores da mercadoria ilícita também poderão ser responsabilizados por suas condutas.