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Durante atendimento, mulher descobre que “morreu” e que pai foi “morto pelo PT”; entenda

Ao buscar atendimento médico na rede pública de saúde de Blumenau, uma mulher de 36 anos descobriu, entre outras alterações, que consta como morta no Sistema Nacional de Regulação (Sisreg), ferramenta do Ministério da Saúde para controlar informações sobre pacientes em todo o país.
O documento aponta que ela “está morta” desde 2 de novembro de 2022Segundo o advogado da vítima, Telemaco Marrace, a situação foi descoberta quando ela foi procurar atendimento no último domingo (14) no Centro de Atendimento da Dengue (CAD), no bairro Itoupava Norte.

No mesmo registro, ainda é possível observar alterações de cunho político. O nome do pai dela foi alterado para “Morto pelo PT”, o endereço destacado como “Eu amo Bolsonaro” e o e-mail inserido como “bolsonaroeuteamo@odeioopt.com”.

“Instrumentalizaram um sistema público para manifestação política. Aconteceu só com ela ou com mais pessoas?”, questionou o defensor.

Etnias inexistentes também foram inseridas no cadastro, detalhou o advogado. O defensor diz que pediu a abertura de um Procedimento de Investigação Criminal pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).

À NSC TV, o órgão informou que aguarda a distribuição do caso. Também procuradoo Ministério da Saúde informou que, ao tomar conhecimento da situação, “adotou as medidas para normalização da situação, e, ato contínuo, procedeu ao bloqueio do operador no sistema do CadSUS”.

Em nota, a prefeitura de Blumenau informou que identificou as alterações no cadastro da paciente no momento em que solicitou a realização de um exame e, que através de análise detectou que as mudanças no cadastro foram feitas por usuários do Sisreg em Pernambuco e Minas Gerais.

“No momento do atendimento no CAD, a paciente foi orientada a buscar por uma unidade de saúde para pedir a regularização das informações, porém, o registro nacional de óbito só pode ser revertido pelas autoridades competentes. Por isso, a coordenação municipal de sistemas de informação em saúde da Semus [Secretaria Municipal de Saúde] já solicitou providências e esclarecimentos ao MS [Ministério da Saúde] através de chamado formal”, diz o comunicado.

Ainda para a NSC, o advogado da mulher alegou que as inserções de dados falsos são “loucuras” em função dela que é do Ceará mas mora em Blumenau com a família há anos, não tem nenhuma ligação política.

O que diz o Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde informa que a equipe técnica da Secretaria de Informação e Saúde Digital (SEIDIGI/MS), ao ter conhecimento da ocorrência, imediatamente adotou as medidas para normalização da situação, e, ato contínuo, procedeu ao bloqueio do operador no sistema do CadSUS. O fato foi devidamente notificado e será apurado pelas instâncias competentes.

Cumpre informar que a SEIDIGI, por meio do DATASUS, realiza um monitoramento constante dos acessos a seus sistemas para prevenir e conter usos indevidos de credenciais válidas, bloqueando imediatamente acessos suspeitos e corrigindo eventuais alterações indevidas nos registros.

Cabe destacar que não foram identificadas outras quebras de segurança que possibilitassem manipulações indevidas nos registros de saúde em nossas plataformas.

Por fim, o Ministério reitera o compromisso com a integridade e segurança dos dados dos cidadãos.Fonte: G1/SC

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