Parecer técnico da FCC aprovou obra em um dos patrimônios mais simbólicos da história de Lages
A Igreja e Convento Franciscano São José do Patrocínio, Convento Franciscano, em Lages, a partir do dia 18 deste mês passará por obras de restauro em sua cobertura. Local histórico na cidade, o Conventinho, como é carinhosamente chamado por fiéis e comunidade em geral, tem uma história de 108 anos, sendo fundado no ano de 1915 pelos padres Franciscanos.
O Conventinho é um dos locais de memória em Lages mais visitados por turistas, sendo um dos cartões postais da cidade e espaço de propagação de muitas histórias da formação da identidade cultural da região.
Tombado como patrimônio pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC) por meio do Decreto Estadual número 3.462 de 23 de novembro de 2001, o parecer técnico da diretoria de patrimônio da instituição estadual, diz:
De acordo com o material complementar encaminhado para análise, somos de parecer favorável à execução da proposta, no entanto, destacamos alguns itens que devem ser considerados para que a proposta compreenda todas as necessidades do imóvel, favorecendo sua preservação, são eles:
Interferir o mínimo possível nos materiais originais;
Remover as fontes dos problemas de deterioração;
Havendo necessidade de substituição, as peças devem ser de madeira com características semelhantes ou superior à madeira original, com as mesmas dimensões, encaixes e ensambladuras;
Devem ser aplicados preservativos contra ataques de xilófagos nas peças novas e existentes;
Adquirir madeiras de cerne, alinhadas e secas ao ar;
Englobar calhas e platibandas;
As telhas devem seguir o modelo existente, aproveitando ao máximo possível as telhas em bom estado;
Prever acesso à estrutura de cobertura para realizar manutenção preventiva;
É necessário o acompanhamento da obra para a correta execução do restauro.
Segundo o Frei Rafael Spricigo, um dos representantes do Convento, esta etapa seguirá todas as normas estabelecidas e a previsão de término do restauro está planejada para antes do início do período letivo de 2024. “Importante obra para um local não só ligado à religiosidade, mas um símbolo da história de Lages e um marco turístico”, comenta.
A história do Convento remete a anos anteriores à sua construção. De acordo com dados do site franciscanos.org.br: em 23 de dezembro de 1891, o Frei Armando Bahlmann, vindo de Teresópolis chega a Lages para chefiar a Paróquia. Em dezembro de 1912, os frades começam a construção da antiga Matriz (atual Catedral). Em 20 de janeiro do ano seguinte, acontece a bênção da pedra fundamental.
O Convento e Igreja são edificações construídas em tijolo a vista e pedras de arenito, sendo a mais importante dentro destas características no planalto catarinense. Suas linhas construtivas têm influência neogótica e os cantos e acabamentos, assim como as aberturas, são requadrados em pedras de arenito, material existente em grande quantidade no solo onde se encontra a cidade de Lages. A porta principal da Capela de São José é de madeira, possui quatro metros de altura e formato ogival. As esquadrias do convento são também de madeira entalhada e de arco abatido. A torre da Capela tem a cobertura em forma de agulha e possui um acabamento diferenciado do restante do conjunto, dando a impressão de ter sido executada em data posterior.
Responsável pela integração entre gestão do Convento e Fundação Catarinense de Cultura, a Fundação Cultural de Lages celebra a conquista do parecer técnico favorável e reconhece a participação do Colégio Bom Jesus Diocesano como fomentador do processo de restauração. “O processo de restauro do nosso Conventinho se torna possível pela gestão e parceria do Colégio Bom Jesus Diocesano que é a instituição responsável pela administração dessa grande obra. Nosso papel enquanto Fundação Cultural de Lages é a obrigação de estabelecer esse elo legal entre o local e a direção de patrimônio da FCC em Florianópolis. Agora, junto ao Conselho de Patrimônio de Lages, vamos acompanhar e continuarmos sendo parceiros do Colégio Bom Jesus e da comunidade do Convento São José”, afirma Giba Ronconi, superintendente da Fundação Cultural de Lages.
Texto e fotos: Fabrício Furtado
