Notícia no Ato

Governador é denunciado após voo com Bolsonaro; Governo prepara pacote de socorro a atingidos pela enchente entre outros destaques

O sobrevoo do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) ao Vale do Itajaí poderá render grandes problemas ao governador Jorginho Mello (PL). Acontece que o Partido dos Trabalhadores de Itajaí apresentou uma denúncia à Procuradoria-Geral de Justiça do Estado, de um suposto ato de improbidade administrativa do governador.

Na denúncia, o advogado Marcelo Branco destaca que Jorginho utilizou a tragédia das enchentes para fazer proselitismo político ilegal, conferindo publicidade indevida a Bolsonaro, com recursos do Estado. “O ex-presidente não ocupa mais nenhum cargo público, também não possui nenhum conhecimento técnico específico que poderia justificar esta ilegal publicidade pessoal promovida por parte do Governador Jorginho”, diz um trecho da denúncia.

O fato é que o convite do governador a Bolsonaro para a agenda meramente política tem outros dois fatos que devem ser apurados, segundo alertaram duas fontes ligadas ao judiciário. Primeiro, o uso da conta do WhatsApp da Secretaria-Geral de Governo que enviou a seguinte mensagem sobre a vinda do ex-presidente: “Bom dia, pessoal. O nosso querido ex-presidente Bolsonaro vai desembarcar no aeroclube Quero Quero, de Blumenau, hoje, às 10h30”. O governo alega que “a mensagem, de conotação meramente informativa, foi enviada de uma linha telefônica particular”, porém, não é o que mostra a imagem publicada em uma rede social pelo colega Carlos Tonet. O WhatsApp está identificado como “SGG Assessoria Governo do Estado, ou seja, é uma linha à disposição de uma secretaria e não podia ter sido usada para divulgar um ato político partidário.

Já o terceiro fato é ainda mais grave e carece da atenção do Ministério Público que não poderá se omitir frente a uma relação que até o momento não foi explicada. Por qual motivo uma empresa privada que tem contrato com o governo de R$ 2,5 milhões, empresta uma aeronave ao governador para um voo que não deve ter custado menos de R$ 40 mil?

A Unifique, que é uma das donas da aeronave, é a responsável pelos serviços de telecomunicações para “implantação e manutenção de sistema de transporte de dados digitalizados, ponto-a-ponto, para transmissão das imagens geradas pelo sistema de videomonitoramento urbano” e tem contrato desde 2022. No mês passado, a Secretaria de Estado da Segurança Pública assinou um aditivo contratual aumentando o valor mensal em R$ 5,6 mil. Ou seja, passou de R$ 115,8 mil para R$ 121,4 mil mensais. Menos de 30 dias após, o governo faz o uso do avião. Procurado, um membro da Comunicação do Governo me deu a seguinte resposta sobre a denúncia feita pelo advogado do PT: “Vamos aguardar sermos notificados, não tenho ciência disso”, respondeu por mensagem.

Fonte:scempauta

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