Em menos de oito anos completos, prefeitura doou 505 moradias à comunidade lageana, entre construções novas e reformas
A dois dias do início oficial do inverno no Hemisfério Sul – 21 de junho, há dias a Serra Catarinense já enfrenta temperaturas extremamente baixas nos termômetros. Este 19 de junho foi o dia mais frio do ano de 2023 até agora. A madrugada e manhã desta segunda, a penúltima do mês de junho, eram congelantes, com temperatura de 1ºC às 6h da manhã em Lages. Não foi nada fácil a quem aproveitou para dormir até tarde no sábado e no domingo e foi obrigado a despertar e encarar um novo dia útil de trabalho ou de aula, literalmente “quebrando geada”, no linguajar serrano. Temperaturas abaixo de zero (negativas) foram registradas em Urupema, com -6,58ºC; Urubici, -5,26ºC, Bom Jardim da Serra, -5ºC, e São Joaquim, com -4,13ºC, e de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Principal proteção para o ser humano contra o frio, nada igual ao conforto térmico e bem-estar de uma moradia. Abriga, acolhe e aquece bebês, crianças, jovens, adultos e bichinhos de estimação das famílias. No município de Lages, a prefeitura exerce o Programa Lar Feliz, desenvolvido e aperfeiçoado pela Coordenação Habitacional a garantir aos cidadãos o direito constitucional de um lugar para morar e viver com dignidade.
Duas casas de madeira novas foram entregues na tarde desta segunda-feira (19) nos bairros Bom Jesus e Santa Mônica, pelo prefeito em exercício de Lages, Juliano Polese, acompanhado pelo executivo de Habitação, da Coordenação Habitacional, ligada ao Gabinete do Prefeito Municipal, Anilton Freitas. Os endereços das pessoas contempladas são as ruas Padre Diogo Feijó, bairro Bom Jesus, e Vasco da Gama, Guarujá.
O programa de habitação popular Lar Feliz privilegia pessoas em vulnerabilidade econômica e social, respeitados os critérios exigidos para haver o favorecimento. A prefeitura de Lages dispõe de equipe própria de carpintaria para a fabricação de residências de madeira, priorizando demandas judiciais, mães solo, famílias com pessoa deficiente, idoso ou acamado (doente), ou residências acometidas por incêndios, em terreno próprio do cidadão.
São doadas casas de madeira com padrão de tamanho de 30 metros quadrados, distribuídos entre cozinha e sala conjugadas e, geralmente, dois quartos, ou quantitativo de dormitórios convergente à configuração familiar (quantidade de filhos). As habitações novas são edificadas no mesmo terreno da anterior. Materiais totalmente novos, entre peças de madeira, portas, telhas e fios elétricos, além da mão de obra e instalação de fornecimento de energia elétrica, também gratuitamente.
As aberturas (janelas) são provenientes de arrecadações pelo Programa Reuso, utilizando o preceito do reaproveitamento de resíduos volumosos de materiais de construção civil e artigos de moradia com consciência ambiental e sustentável, para destinar à produção de residências a famílias carentes financeiramente. Componentes originados de construção, demolição, reformas e reparos – artigos de madeira, ferro, cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento) e de concreto, argamassa, tintas, portas, janelas, telhas, pisos, azulejos, vasos sanitários, canos plásticos e galvanizados e materiais elétrico e hidráulico.
Normalmente, o banheiro em alvenaria – louças sanitárias (vaso e pia), torneira e chuveiro – existente está em condições de ser mantido e reaproveitado. Houve exceções em que foram procedidas melhorias nos banheiros, englobada a formatação de acessibilidade a moradores. Necessidades de amparo com atendimento de saúde (medicina e oftalmologia), cestas básicas, empregabilidade, vida escolar e benefícios sociais de transferência de renda e previdenciários, são despachadas a secretarias da rede pública de apoio.
No período de 2017 a 2020, a prefeitura entregou 282 residências, entre novas construções e reformas. E de 2021 a 2023 (até atualmente), 223 entre novas e reformas. Número bem superior a 100 casas já elaboradas com materiais de reaproveitamento doados pela sociedade e empresas, pelo Programa Reuso.
Mamãe e filhos aquecidos
Criançada faceira com o presente logo no começo da tarde desta segunda-feira (19 de junho). Maristela Costa dos Santos, 29 anos, é do lar e estava com quatro filhos no seu aconchego na entrega da casa pelo prefeito em exercício de Lages, Juliano Polese. “Graças a Deus, de casa nova. Agora é mais quentinho para esquentar as crianças. Minha casa antiga estava caindo. A casa nova vai melhorar muito a nossa vida.”
Um salto de esperança para os dois Marcelos
Estender a mão sem olhar a quem. O operador de máquinas, Marcelo dos Santos Lima, 46 anos, é tutor do idoso Marcelo Ferreira que, no ato de repasse da moradia, estava em consulta médica. Cuidadoso, ele comemora a novidade enquanto aguarda o retorno do senhor. “Sua realidade era precária, considerada até desumana. É assustador ver como estava a casa, simplesmente ruindo todo dia um pouco. Um perigo. A gente está dando melhor qualidade de vida a ele.”
Você precisa? Onde e como pedir ajuda?
Obrigatório o cumprimento de requisitos a integrar o Programa Lar Feliz. Um deles, renda familiar mensal de até R$ 1.800. No grupo prioritário, idosos, mulheres com filhos (mães solo ou separadas ou viúvas), pessoas com deficiência e pessoas acometidas por doenças ou acamadas.
O cadastro somente será efetuado em nome do titular, mediante exposição de todos os documentos. Individualmente, o serviço social irá analisar os papéis com análise socioeconômica. As pessoas interessadas devem apresentar documentação para cadastramento – original e cópia: Carteira de identidade, Cadastro de Pessoa Física (CPF), certidão de nascimento/casamento de todos os residentes da casa, comprovante de inscrição junto ao Cadastro Único (CadÚnico), comprovante de endereço atualizado, comprovante de renda atualizado (caso não possua comprovante de renda, pode ser a Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS – páginas de identificação e último contrato de trabalho), laudo médico atualizado (se necessário, quando o titular e/ou dependente for pessoa com deficiência permanente e/ou doença crônica), documento do terreno (escritura, contrato de compra e venda do imóvel, termo de concessão ou contrato de aluguel) e autorização escrita e reconhecida em cartório, para construção, caso o terreno pertença a terceiros.
A Coordenação de Habitação está situada na rua Walter Dachs, nº: 10, Centro, na esquina com a rua Frei Gabriel. Atendimento ao público prestado de segunda a sexta-feira, das 8h ao meio-dia e das 13h às 18h. Informações adicionais podem ser solicitadas por telefone: 3019-7466.
Cidadania e merecimento
Se uma família está satisfeita, a prefeitura cumpriu a sua obrigação. “Lages detém uma série de projetos implantados para corresponder ao déficit habitacional no município e/ou formalizar situações. Programa de regularização fundiária Lages Minha Terra Melhor, Programa Lages Meu Lar Melhor, Programa Lar Feliz e Programa Reuso. A partir de junho teremos um inverno rigoroso e os contribuintes com maior fragilidade não ficarão ao relento. O Poder Público não admitirá uma família viver em uma estrutura com precariedade e ameaçando a sua integridade. Basta informar-se e procurar obedecer às premissas Os moradores serão ouvidos com atenção”, preconiza o prefeito em exercício de Lages, Juliano Polese. Por sua vez, o executivo de Habitação, da Coordenação Habitacional, Anilton Freitas, pontua: “Nosso departamento conta com profissionais gabaritados para escutar e dirimir dúvidas. A demanda é extensa. Pedimos a compreensão dos requerentes com a intenção de melhor atender, sem distinções”, tranquiliza.
Texto: Daniele Mendes de Melo/Fotos: Toninho Vieira
