Já choveu 263 mm nas últimas 72 horas em Palhoça, causando estragos em vários bairros; a previsão é a de que o tempo só melhore no domingo (4)
Após dias de chuvas contínuas, o prefeito Eduardo Freccia decretou situação de emergência em Palhoça. Conforme a Defesa Civil do município, cerca de 263 milímetros de volume de chuva foram registrados entre segunda (28) e quarta-feira (30). Diversas ocorrências foram registradas em pontos espalhados da cidade. Alagamentos, enxurradas e deslizamentos preocupam palhocenses.
Segundo a Epagri Ciram, a chuva deve continuar pelo menos até domingo (4). Para lidar com a situação no município, a Prefeitura publicou o Decreto 3.145/2022, nesta quarta-feira (30).
O texto descreve que a situação de emergência é “válida única e exclusivamente para atender as localidades comprovadamente afetadas pelos efeitos das chuvas intensas, neste município”. Com base no decreto, a Prefeitura pode tomar todas as medidas administrativas, judiciais e extrajudiciais necessárias ao retorno das condições de normalidade.
O documento também oficializa a instalação da Sala de Situação, criada na terça-feira (29), com a intenção de monitorar, planejar e executar ações para minimizar os efeitos da situação de emergência. A Sala de Situação reúne as instituições com serviços essenciais para o atendimento de ocorrências geradas por fenômenos climáticos, como a Defesa Civil, a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros, a Guarda Municipal e as secretarias de Serviços Públicos, Habitação e Assistência Social.
Diversos pontos de Palhoça estão sofrendo as consequências da chuva constante. Segundo a Defesa Civil, um dos bairros mais atingidos foi a Praia de Fora. A situação provocou alagamentos em várias ruas, como a Monte Cambirela, tomada pelas águas.
Outra situação alarmante é no Sertão do Campo, onde a comunidade está isolada desde segunda-feira (28). O motivo é o alto nível da água na principal via de acesso ao bairro. Nesse trecho, o nível do Rio da Madre subiu cerca de dois metros, segundo imagens registradas por uma munícipe.
O Caminho Novo também está entre os mais atingidos. A chuva persistente provocou alagamentos em vias importantes do bairro. A situação dificulta o trânsito. Além disso, alguns pontos estavam com água beirando o nível dos joelhos. Imagens registradas pela equipe do jornal Palavra Palhocense mostram pessoas tentando passar pela rua Padre João Batista Réus, carregando diversos baldes e bacias.
Nesta quarta-feira (29), pontos na Ponte do Imaruim ficaram alagados. Diversas ruas tiveram o trânsito dificultado por conta do nível da água. Uma das principais escolas do bairro, a Professora Claudete Maria H. Domingos, ficou com alto nível de água, impossibilitando a passagem dos alunos.
No Pagani, algumas das principais avenidas ficaram cheias d’água. Já na Guarda do Cubatão, alguns moradores ficaram ilhados.
A água também causou estragos no Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU), no Jardim Coqueiros. Poças se formaram na biblioteca e na sala de teatro. Por conta disso, uma apresentação do grupo teatral Os Bruxos da Corte foi cancelada na terça-feira (29).
Bueiros transbordaram no bairro Pontal. A situação foi registrada no início desta semana. Com a situação, dejetos foram levados por uma correnteza que se formou. Também no Pontal, um cavalo chegou a ser arrastado pela enxurrada, na segunda-feira (28). A situação alarmante persiste nas ruas do bairro.
No Alto Aririú, a Defesa Civil trabalhou em conjunto com as equipes da Arteris Litoral Sul para conter um alagamento nas imediações das obras do Contorno Viário da Grande Florianópolis.
Já no Bela Vista, um deslizamento ocorreu no início desta semana. A situação foi em uma área de risco já mapeada e monitorada pela Defesa Civil. Os proprietários das casas foram notificados e orientados de que precisariam sair para um local seguro e a Prefeitura ofereceu abrigo.
A Defesa Civil também esclarece que a condição climática é consequência de um sistema de baixa pressão, que segue atuando em Santa Catarina, mantendo o tempo encoberto, chuvoso e provocando pancadas de chuva e temporais isolados que podem vir acompanhados de raios e rajadas de vento. Por isso, o órgão salienta que a região da Grande Florianópolis está em observação. Qualquer problema deve ser comunicado à coordenadoria municipal de Defesa Civil, através do telefone de emergência 199 ou ao Corpo de Bombeiros, pelo 193.
* Sob a supervisão de Alexandre Bonfim/Créditos: Flávio lengruber/Flaviofotoart
