O senador Jorginho Mello (PL) venceu com folga o deputado federal Décio Lima (PT), o primeiro petista a chegar ao segundo turno para o Governo de Santa Catarina, projeta o Datafolha.
Foi o único estado em que os partidos de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se enfrentaram diretamente.
Embora tenha ocorrido uma troca de nomes, não é errado afirmar que Santa Catarina reelegeu o bolsonarismo. Jorginho Mello substitui o atual governador Carlos Moisés (Republicanos), que se afastou núcleo de apoio do presidente nos últimos anos.
A disputa em Santa Catarina começou com quatro candidaturas de direita emboladas. À frente, o ex-bombeiro Carlos Moisés tentava a reeleição já distante do personagem Comandante Moisés que, pelo PSL, obteve 70% dos votos em 2018 ao surfar na onda bolsonarista.
Moisés é admirado por prefeitos por ter aumentado substancialmente repasses aos municípios, mas decepcionou o eleitorado do presidente Bolsonaro ao fazer um governo moderado e de diálogo, inclusive com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
Além disso, enfrentou na Assembleia Legislativa dois pedidos de impeachment e chegou a ser afastado temporariamente do cargo.
Os senadores Jorginho Mello e Esperidião Amin (PP) passaram a disputar a preferência bolsonarista. A disputa contava ainda com Gean Loureiro (União), ex-prefeito de Florianópolis.
Ao longo da campanha, Jorginho que concorria em uma chapa pura do PL, o que rendeu o apelido de “Sozinho Mello” ficou com a maior porção dos votos dos admiradores do presidente ao longo do primeiro turno, mesmo com uma campanha discreta.
Em um dos estados de maior adesão ao bolsonarismo, as bandeiras do Brasil fizeram as vezes de material de campanha espontâneo ao presidente.
A divisão do eleitorado foi tamanha que cinco candidatos chegaram a vencer em diferentes municípios no primeiro turno, o que acabou beneficiando o PT. Com boas votações nas maiores cidades do estado e alguns redutos petistas na região oeste, Décio Lima chegou ao inédito segundo turno do partido.