Notícia no Ato

Em Audiência Pública solicitada por Carmen Zanotto, clínicas comprovam sobrepreço em medicamentos

O valor de alguns itens chegou a subir mais de 500% em relação ao final do ano passado.

Os hospitais e os representantes de clínicas de diálise de Santa Catarina comprovaram aos parlamentares, inclusive com notas fiscais, que o reajuste no preço do soro fisiológico chega a 500%. A confirmação aconteceu durante audiência Pública solicitada pela deputada federal Carmen Zanotto (Cidadania/SC), realizada na Comissão de Seguridade Social e Família.

Segundo com o presidente da Associação dos Centros de Nefrologia de Santa Catarina Tarcísio Steffen, o preço do soro que estava R$ 4 em outubro do ano passado subiu para R$ 22 em abril deste ano, chegando a mais de R$ 30 em diferentes cotações.

De acordo com Steffen, a falta do soro, utilizado principalmente para lavagem dos equipamentos, tem feito com que as clínicas comecem a diluir cloreto de potássio em água destilada”, revelou. “Nós estamos voltando a uma prática de 20 anos atrás, num ambiente que não é controlado e que gera insegurança para o paciente, que precisa fazer hemodiálise três vezes por semana, e para nós que trabalhamos no dia a dia”, complementou.

A deputada Carmen ainda lembrou que além do sobrepreço, também está ocorrendo o desabastecimento de outros produtos como dipirona, antibióticos e contraste para exames. “Pouco se fala sobre a falta dos contrastes. E, repito, nós estamos falando de cateterismo cardíaco. Que é eletivo, mas que pode se transformar em uma urgência”, alertou a parlamentar.

Investigação

O secretário-executivo da Câmara de Regulação de Mercado de Medicamentos, Romilson Volotão, se comprometeu a investigar com rigor as denúncias de sobrepreço que já foram formalizadas pelas clínicas à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Para Yussif Mere Junior, presidente da Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplantes, está faltando transparência, porque o problema existe e ninguém sabe a causa: “O que falar de um mercado como esse? Nós temos regulação de mercado ou não? Nós precisamos de atuação”, enfatizou.

Nos próximos dias será agendada uma reunião no Ministério da Saúde com representantes de todas as clínicas para buscar uma solução.

“Além de soluções urgentes, precisamos punir os casos comprovados de sobrepreço. Isso é muito grave”, afirma a deputada Carmen.

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