Um artigo produzido no Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) em Lages, foi publicado na revista científica Remote Sensing, referência na área de Geociências e Sensoriamento Remoto. O trabalho tem como autora Jéssica da Silva Costa, mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal.
Intitulado “Benefits of Combining ALOS/PALSAR-2 and Sentinel-2A Data in the Classification of Land Cover Classes in the Santa Catarina Southern Plateau”, o artigo avalia o desempenho de um sensor japonês, operando na região das microondas para caracterizar as principais classes de uso da terra na região da Coxilha Rica e mapear, de forma automatizada, a representatividade destas classes na região.
O artigo é fruto da dissertação de mestrado de Jéssica, defendida em 2020, sob orientação dos professores Veraldo Liesenberg e Marcos Benedito Schimalski. Com o título “Uso de Sensores Ópticos e de Micro-Ondas para o Mapeamento da Cobertura da Terra do Planalto Sul do Estado de Santa Catarina”, a pesquisa apresentou resultados do mapeamento de diferentes classes de uso da terra, compreendendo parte da Coxilha Rica.
O trabalho mostra a viabilidade do uso de imagens de radar de abertura sintética da plataforma japonesa e os resultados poderão ajudar órgãos públicos a buscar o aprimoramento do mapeamento regional, onde a incidência de nuvens é extremamente alta. Além de conhecida pela paisagem e corredores de taipas para transporte de gado no período colonial, a Coxilha Rica apresenta importantes fragmentos de remanescentes florestais, banhados entremeados às pastagens, campos nativos, reflorestamentos e agricultura.
De acordo com Jéssica, em geral, os mapeamentos são realizados com sensores de espectro óptico visível ou infravermelho. Já a microonda, também conhecida como Radar de Abertura Sintética (SAR), usada neste caso, pode obter dados independente das condições de iluminação, operando de dia ou à noite, e em quase todas as condições climáticas. “Os resultados são confrontados com dados ópticos do sensor óptico do Sentinel-2A. Entretanto, diante da frequente cobertura de nuvens na região, é necessário a investigação do desempenho de sensores que podem atravessar as nuvens”, salienta.
O trabalho contou, também, com a participação de outros professores da Udesc Lages e de pesquisadores colaboradores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Manchester University, no Reino Unido.