Segundo livro do escritor Rodrigo Marcon, o romance O Antiquário (Ed. Flyve, 360p)
foi concebido a partir da inspiração em uma arma de fogo rara e cobiçada, de elevado
valor histórico e material, uma pistola Luger Parabellum P08 em calibre .45 ACP.
Ninguém até hoje foi capaz de apontar com precisão quantas dessas armas foram
fabricadas, há pouquíssimos exemplares autenticados ao redor do mundo, e mesmo os
especialistas mais otimistas não acreditam que o total produzido passe de uma dezena.
Com isso em mente, o autor de se dedica a explorar a possibilidade de um objeto tão
raro assim vir parar no interior de Santa Catarina, nas mãos improváveis de um
antiquário recém egresso da prisão e flertando com a falência. A arma em si foi um
ícone do seu tempo e um expoente da tecnologia e design alemães trazendo em seus
traços resquícios dos movimentos Art Nouveau e Art déco, períodos contemporâneos a
sua fabricação. A forte presença de imigrantes alemães no estado permite o gancho para as locações. Aliado a isso, temos caçada a um criminoso de guerra nazista que enseja uma dinâmica particular na história que se passa em meados da primeira década dos anos 2000.
Trata-se de uma ficção com grande preocupação com a verossimilhança e o
rigor técnico e histórico das informações utilizadas, o autor não poupou esforços em
pesquisa e quanto às locações se permitiu apenas a adequação dos espaços e endereços
para acomodação da trama. A cidade de Lages/SC (cidade natal do autor) fica
evidenciada em sua geografia, usos e costumes, assim como o apreço pelo lugar. O
narrador e personagem principal permanece anônimo do início ao fim da história. Trata-
se de uma figura pragmática que acredita figurar em algum lugar “entre os estoicos e os
hedonistas e bem perto dos céticos”, como ele mesmo chega a afirmar com ironia em
certo momento, no entanto, é capaz de gestos extremos de altruísmo e compaixão. O
Antiquário é um thriller que visa prender a atenção do leitor ao mesmo que tempo que
traz informações precisas tanto nos aspectos históricos quanto técnicos, recurso de que
também lançam mão autores como Michel Houellebecq, Comarc McCarthy, Dennis
Lehane e Rubem Fonseca. Editado pela Ed. Flyve, sediada em Campinas/SP, está em
pré-venda neste mês de junho/2024 pelo site da editora: https://flyve.com.br/678/o-
antiqu-rio
Rodrigo Marcon nasceu em Lages/SC em 1979, formado em Ciência Sociais
pela UNIPLAC, trabalha como policial há mais de vinte anos, com passagem pela
Polícia Civil de Santa Catarina e atualmente ocupando o cargo de Agente de Polícia
Federal. Também é autor da coletânea de contos Cinco Movimentos lançada em 2002 e
membro dos NACIONAES LEMC. O Antiquário é sua estreia na narrativa longa
(romance). Para maiores detalhes sobre o autor e seu trabalho:
https://www.instagram.com/rodrigomarcon357/
https://x.com/rodrigomar38764
