Uma startup de Lages está entre as finalistas da edição 2025 do Programa Nascer, que auxilia empreendedores a transformarem ideias inovadoras em negócios. A classificação ocorreu na noite desta segunda-feira, dia 20, durante a semifinal regional, realizada no Orion Parque Tecnológico. A decisão estadual ocorrerá no dia 29 de novembro, em Florianópolis, e contará com 15 concorrentes de todo o Estado.
Esta é a sexta edição do Programa Nascer. No ano passado, a vencedora estadual foi a empresa YCorps, de Lages. A startup, criada por pesquisadoras da Udesc e incubada no Centro de Inovação do Orion, atua com biotecnologia médica e produção de anticorpos específicos através de ovos de galinha. Como prêmio pela conquista em 2024, a YCorps recebeu R$ 220 mil, mesma premiação prevista para o vencedor de 2025.
Na etapa regional encerrada na noite desta segunda-feira, a vencedora foi a petGEN, uma startup de biotecnologia, sediada em Lages, voltada ao diagnóstico molecular rápido e preciso de doenças infecciosas em animais de companhia.
O projeto foi o mais bem avaliado por uma banca de especialistas, que considerou critérios como capacidade executora, alcance de mercado, modelo de negócio, escalabilidade da solução e qualidade da apresentação.
“O projeto propõe um laboratório especializado capaz de entregar resultados em até 48 horas. A iniciativa busca suprir uma lacuna na medicina veterinária, no diagnóstico de doenças, devido à demora na emissão dos laudos e insegurança no diagnóstico, oferecendo assim, suporte técnico e confiabilidade diagnóstica a clínicas veterinárias, laboratórios, hospitais e médicos veterinários. Além do impacto clínico, o projeto contribui para a Saúde Única, prevenindo zoonoses e promovendo bem-estar animal e humano”, explica a zootecnista Gabriella Bassi das Neves, uma das proprietárias da empresa, que conta ainda, na sociedade, com a bióloga Bruna Larissa Boaventura, o engenheiro agrônomo Fabiano Santin e o técnico em eletromecânica Tales Fernando Ribeiro Barros.
“Quando nos inscrevemos, foi com uma ideia e um projeto, mas no decorrer do processo, acabamos pivotando (ajustando a direção, adaptando-se a mudanças no mercado). E aí entra a importância do Nascer, pois não tínhamos conhecimento sobre esta parte de negócio e mercado. E, com os encontros, começamos a ter outros olhos para o nosso projeto, e não mais apenas um olhar técnico e como pesquisadores. O programa foi um divisor de águas, pois é extremamente importante para dar importância ao nosso projeto e entender a posição no mercado”, completa Gabriella.
Centro de Inovação de Lages proporciona visibilidade e oportunidades
“Rodamos o Nascer desde a primeira edição no nosso Centro de Inovação, e buscamos complementar com ações que ajudem o nosso ecossistema. O programa é uma importante estratégia para trazer os públicos e novas ideias para dentro do nosso funil de empreendedores e startups. O Nascer já está repercutindo, e fica cada vez mais evidente o quanto a agrobiotecnologia se mostra como potencial de desenvolvimento e especialização do ecossistema de inovação da Serra Catarinense”, diz o diretor executivo do Orion Parque Tecnológico, Claiton Camargo.
Embora somente o projeto campeão esteja classificado para a final estadual, em Florianópolis, os três melhores colocados na semifinal de Lages foram contemplados com subsídios para serem acompanhados pelo Centro de Inovação do Orion.
Por seis meses, o primeiro lugar receberá 100% de isenção, o segundo 80% e, o terceiro lugar, terá 60%. E mesmo os projetos que não foram contemplados, podem submeter suas ideias ao Orion para passar pelas fases de pré-incubação e incubação.
Programa Nascer busca impulsionar as boas ideias
O Programa Nascer é uma iniciativa da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) e da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (SCTI), em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/SC) e a Rede Catarinense de Centros de Inovação (RCCI). Durante o programa, os participantes podem utilizar a estrutura dos centros de inovação ligados à RCCI para suporte e acompanhamento das atividades presenciais.
O programa é prioritariamente voltado a estudantes, pesquisadores e profissionais interessados em empreendedorismo e inovação, mesmo que ainda não tenham formalizado suas ideias em um CNPJ.
O programa também contempla startups já formalizadas, desde que estejam em estágio inicial, com até 12 meses de abertura e faturamento anual de até R$ 81 mil, e cujos participantes residam em Santa Catarina.
O Nascer oferece aos participantes o acesso a uma ampla trilha de desenvolvimento, que inclui masterclass, lives com especialistas, videoaulas, frameworks e oficinas práticas. O conteúdo é focado na validação da ideia de negócio e na construção do MVP (Produto Mínimo Viável), guiando os participantes desde a fase de ideação até a elaboração de um plano de negócios robusto.
Texto: Pablo Gomes/Fotos: Rafael Pelleti